Músicas Psico

Logo ao chegar à faculdade, careca e me achando o máximo por ter passado no vestibular (eu era jovem e tolo), eu reparei que manifestações musicais pululavam nos corações e gargantas dos estudantes de psicologia. À pedidos, eis aqui uma pequena mostra dessa baixaria que eu tanto estimo.

“Lacan Eu Quero”

A primeira musica com conteúdo baseado em teorias de psicologia que eu tomei contato foi a famosa “Lacan Eu Quero”, bem conhecida de muitas pessoas da nossa área desde há muito tempo:


Lacan eu quero (2x)
Sair da fase anal
O Mascarenhas
Já me falou
Que o bom mesmo
É a fase genital
Ai como eu queria
Ter um orgasmo
Mas eu sou solteiro
E o superego disse Não!!!
Só me sobrou
A masturbação
Freud me desculpe
O fetichismo é solução


Indagando a identidade do tal Mascarenhas, acabei por descobrir que essa figura folclórica foi professor de psicanálise muitos anos atrás numa faculdade qualquer de prestígio por aí.
Um bom amigo meu, o Sr. P, achou um livro do tal Mascarenhas, o que deu grandes pistas sobre a identidade do tal professor e da origem da musica.
Se você não gostar de cantar o nome do ilustre desconhecido pode trocar o verso que se refere a ele por:
Freud falou
Freud falou
Que essa versão também é corrente entre os estudantes de psicologia mais chegados numa boa cantoria.

“Freud Pocotó”

No mesmo ano em que entrei na faculdade, estava eu no ENEP de Aracaju em 2003, numa linda festa quando sobe um cara no palco, manda o baterista fazer um funk e solta a seguinte pérola:


Freud era mó doente
gostava de cheirar pó
descobriu o inconsciente
comendo a Ana Ó
Ana Ó...Ana Ó...Ana Ó...Ana Ó
Freud comeu a Ana Ó!!!
Freud era mó tarado
Dos maluco, o pior
Hipnotizava as paciente
Pra brincar de pocotó!!
Ana Ó...Ana Ó...Ana Ó...Ana Ó
Vem brincar de pocotó!!!
Freud era lobo mau
Disfarçado de vovó
Comeu chapeuzinho vermelho
O Jung, o Hans e a Ana Ó
Ana Ó...Ana Ó...Ana Ó...Ana Ó
Freud comeu a Ana Ó!!
Freud tu não engana ninguém
Tu não engana nem minha vó
Papo de inconsciente
É pra comer o fiofó!!
Ana Ó...Ana Ó...Ana Ó...Ana Ó
O inconsciente é o fiofó!!!
Vai Lacan, Vai Lacan!!!"


Eu, ébrio como cabia àquele momento de festa, só me lembrava depois de algumas partes das estrofes e saí cantando por aí uma versão diferente da música, que é mais ou menos assim:


Freud era mó maluco
gostava de cheirar pó
descobriu o inconsciente
comendo a Ana Ó
Ana Ó...Ana Ó...Ana Ó...Ana Ó
Freud comeu a Ana Ó!!!
Freud era mó tarado
Dos malucos o pior
Hipnotizava os pacientes
Pra brincar de pocotó!!
Ana Ó...Ana Ó...Ana Ó...Ana Ó
Freud comeu a Ana Ó!!!

Vai Lacan, Vai Lacan!!!
Freud era lobo mau
Disfarçado de vovó
Comeu chapeuzinho vermelho
Jung, Hans e a Ana Ó
Ana Ó...Ana Ó...Ana Ó...Ana Ó
Freud comeu a Ana Ó!!
Num entendo desses treco
Esses bagulho me dá dó
Esse tal de inconsciente
É pra botar no fiofó
Ana Ó...Ana Ó...Ana Ó...Ana Ó
Freud comeu Ana Ó!!!


De vez em quando dá até pra trocar “Ana Ó” por outras Anas, dessas q tem pela psicologia, e de vez em quando podem deixar agente meio puto.

“Skinner Caralho”

Inspirado por essa bela canção, eu decidi criar uma nova que se referisse a outro psicólogo famoso e de uma noite de enterocolite saiu essa nova e bela mostra do cancioneiro popular:


Skinner caralho
Enfia o gaiolão
No cu
Essa porra não modela
Pombo rato nem tatu
Skinner caralho
Enfia o gaiolão

No cu
Essa porra não modela
Pombo rato nem tatu
Ão, ão, ão
Abaixo ao gaiolão
Ão, ão, ão
Abaixo ao gaiolão


Depois eu fiquei pensando que pô, modelar modela, mas resolver não resolve nada, de sorte que eu troquei “essa porra não modela”  pra “essa porra não resolve”  e mudei assim pra cantar no EREP-Sul de 2008.

“Elas Estão Condicionadas”

Algum tempo depois disso, estava eu novamente em uma fantástica festa organizada por estudantes de psicologia, dessa vez numa república próxima a UNESP de Assis. Um  rapaz estava cantando e, ao som de sua voz, duas voluptuosas garotas dançavam de maneira jovial e os versos dessa música eram, se não me engano, dessa levada:


Ah! Que é isso
Elas estão condicionadas
Ah! Que é isso
Elas estão condicionadas
Gaiola, barrinha
Pedaço de pão
Elas estão condicionadas
Não pune, não pune
Não pune não
Não pune, não pune
Não pune não
Não pune, não pune
Não pune é extinção


         O povo de Curitiba canta  o verso “Gaiola, barrinha, pedaço de pão” dum jeito diferente, eles substituem isso por “Ela sobe, ela desce / Ela pressiona a barra” os dois jeitos são legais mas o segundo pegou melhor no EREP-Sul 2008 e no ENEP 2007.

“Eu Faço Psicologia”

Louco em Passo Fundo, eu ouvi um grito de guerra bem interessante, composto pelas seguintes estrofes:


Eu faço
Psicologia
Porque eu gosto
É de putaria
Dr Freud já dizia
Que a libido
É a maior das energias


Fálica Xuxa

Essa música tem uma característica especial, eu a encontrei em um fórum da internet. Não ouvi ninguém cantando em evento de psicologia, e também não sei nada sobre a sua estória.
Um amigo meu de Passo Fundo veio do ENEP 2010 e me contou que essa  musica foi feita em um EREP N/NE.


“Deita, deita, deita no divã (2x)
Pra curar a histeria, tome cana e putaria
Não evite a transferência, transfere aqui pra mim
Deita, deita, deita no divã (2x)
Piririm, piririm, piririm, Freud ligou pra mim (2x)
Olha aí o inconsciente, e o recalque é de matar
Vai curar no consultório ou na mesa de um bar
Vai fechar essa Gestalt? Não, não vou reforçar! (2x)
A verdade é relativa, não existe punição
Se você não concordar vai descer até o chão
Chão, chão, chão, chão, chão, chão, chão
Surtei, surtei! Tô liberando meu complexo!
Surtei, surtei! Tô vendo até meu superego!
Sente a pulsão!
Ta amarrado!
Na fase oral!
Libera tudo!
Pega geral!
Pula, sai do chão, libera o encosto e a pulsão
Ninguém tá te perseguindo, isso é alucinação
Édipo em cima, Édipo em baixo, Édipo à frente, Édipo atrás
Não importa imagem ou fundo, a libido satisfaz
Só um choquinho não dói, um choquinho não dói,
um choquinho não dói (é o rato falho) (2x)
Não se sinta tão sozinho, fale cá comigo!
Esquece a tarja preta, fale cá comigo!
Então modela, modela, modela o seu ratão
Freud com ele, Freud com ele, olha a associação!”


Baculejo no ENEP

No ENEP de 2009, a polícia invadiu o alojamento e praticou uma clara perseguição ao movimento social disfarçada de batida para confiscar drogas, não era necessário invadir o prédio e proibir saída e entrada.
Depois do infeliz evento que atrapalhou o movimento estudantil de psicologia como um todo, apesar de ter sido desencadeado por pessoas que pouco ou nada participaram do evento, apareceu a musiquinha que resumia os fatos ocorridos.


"Encontraram baseado
Acusaram o Nordeste
Chamaram a polícia
E foderam com o ENEP
EP, E-ÉP. Eu fui preso no ENEP (x2)
Área, A-área. Acabaram com a plenária (2x)

Confesso que canto essa musiqueta com uma bem caracterizada tristeza no coração.
                              
         Melô do A.E.C.

Em contato com estudantes de UFSCar eu pude ouvir algumas estrofes da mais pura sacanagem com a já atacada psicologia comportamental. Como já havia acontecido, eu não lembrava a letra e acabei fazendo mais uma versão, seguem as duas versões:

Primeira versão:


Piririm piririm piririm piririm
É obvio que é pra mim (repete)
Quem é?
Sou eu o camundongo
E essa luz tá de matar
Vai ser na caixa de skinner
Que uma moda eu vou lançar
Vai me dar uma gotinha
Não não, tem que apertar!
(repete as duas linhas anteriores)
Tô ficando apertadinha (3x)
Vou te dar uma gotinha
Tô ficando apertadinha (3x)
Vou te dar uma gotinha


Segunda versão:


Piririm piririm piririm piririm
A.E.C. é mó ruim
Essa matéria é fogo
Relatório de matar
Descontando na ratinha
A bomba que eu vou levar
Vai me dar uma gotinha
Não não, tem que apertar!
(repete as duas linhas anteriores)
Tô tocando na barrinha (3x)
Vou te dar uma gotinha
Tô tocando na barrinha (3x)
Vou te dar uma gotinha



Encerramento que não encerra.

Depois dessa epopéia musical eu convido a qualquer um que adicione novas canções, novas versões das canções que já existem ou qualquer outra manifestação de baixo calão que se refira à nossa tão querida psicologia.
        
         Beijão pra todo mundo
Santiago (04)